Reserva Natural do Estuário do Tejo

A Reserva Natural do Estuário do Tejo, ocupando uma área de 14 .560 ha, abrange uma extensa superfície de águas estuarinas, zonas de lamas e sapal, salinas, mouchões e terrenos agrícolas. Esta Área Protegida visa conservar um importante conjunto de habitats, locais de invernada e passagem de aves aquáticas migradoras, um das dez mais impor tantes áreas europeias, constituindo simultaneamente um refúgio para numerosas espécies residentes.
In Percursos, Paisagens & Habitats de Portugal, 2000, Assírio & Alvim
Venha conhecer as aves do Estuário do Tejo
O interesse ornitológico desta área é enorme. A comprová-lo está a lista de mais de 245 espécies de aves já aí observadas. Durante o período de inverno, algumas das populações de espécies de aves que aí ocorrem, atingem números muito elevados, mesmo num contexto internacional. Entre elas destacam-se, por exemplo, o Alfaiate, a Trarambola-cinzenta, o Pilirito-de-peito-preto, o Milherango ou o Perna-vermelha. Mas quem não gosta de ver os grandes bandos de Flamingos, espécie visível durante quase todo o ano, com especial realce no outono e inverno onde podem atingir mais de 5000 indivíduos espalhados pelas vastas vasas no período da praia-mar ou concentrados em pequenos grupos nas salinas que rodeiam o estuário.
Alguns pontos de visita obrigatórios:
Salina do Samouco (Alcochete)

Local aconselhado para efetuar um pequeno percurso de observação de aves aquáticas, entre uma grande variedade de antigas salinas, que no verão é ainda possível observar a produção de sal.
Hortas (Alcochete)

Pequeno porto de abrigo e apoio à pesca artesanal. Excelente possibilidade de apreciar a vastidão do estuário, na qual durante o inverno é possível observar concentrações de largas centenas de patos de variadas espécies. Neste local encontra-se a Central de Anilhagem Nacional, coordenada pelo CEMPA.
Salinas de Vale Frades (Benavente)
Salinas, hoje inativas, mas mesmo assim oferecem vários motivos de interesse para quem quer ver a avifauna deste estuário, e que com sorte pode observar ao longe uma Águia-pesqueira, depois de mais uma investida num peixe que não deixou escapar de uma vala ali perto. À sua frente ficam situadas vastas zonas de vegetação estuarina (sapal).
Pauis da Barroca d’Alva e Rilvas(Alcochete)
Situam-se no vale formado pela Ribeira das Enguias, zonas ocupadas essencialmente por arrozais e bordejadas por áreas de montado de sobro. Local importante para todas espécies de garças, destaca-se no inverno, onde os seus arrozais são um dos locais de alimentação preferidos pelo Milherango.
Ponta da Erva (Vila Franca de Xira)

Nome dado à confluência do Rio Sorraia com o Tejo. Zona plana, quase desprovida de árvores, ocupada por arrozais, cultura de sequeiro e pastagens. Ao atravessar esta lezíria constitui uma oportunidade única para observar vastos bandos de Sisões, Tarambolas-douradas e Abibes, assim como um número considerável de aves de rapina, tais como o Peneireiro-cinzento, a Águia-d’asa-redonda ou o Peneireiro. Visita obrigatória ao EVOA.
In Onde Observar Aves no Sul de Portugal, 2003, Helder Costa, Assirio & Alvim